Masmorra Cast #65 Halloween Brazuca!

Voltamos com mais um Masmorra Cast.

Desta vez o podcast de terror do mês de Halloween tem sabor de feijoada e ritmo de samba, falamos dos filmes sinistros que o nosso estranho país produziu através das últimas décadas e derrubamos o mito de que há pouco terror no cinema brazuca.

Para esse bate papo Angélica Hellish e Marcos Noriega convidaram o nosso amigo Douglas Fricke do Podtrash e também contamos com a ilustre presença de  Laura Loguercio Cánepa, jornalista e pesquisadora de cinema de gênero e que atua como Docente e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi.

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Alguns filmes mencionados:

As Boas Maneiras de Marco Dutra, Juliana Rojas (2017)

O Anjo da Noite de Walter Hugo Khouri (1974)

Vinil Verde e A Menina do Algodão de Kleber Mendonça Filho (2004)
Mal Nosso de Samuel Galli (2017)
O Duplo e Um Ramo, de Juliana Rojas (2012)
O Estranho Mundo de Zé do Caixão de José Mojica Marins (1968)
Um Ramo de Marco Dutra e Juliana Rojas (2007)
As Filhas do Fogo de Walter Hugo Khouri (1978)
Caiçara  de Adolfo Celi, Tom Payne e John Waterhouse (1950)
Quando Eu Era Vivo de Marco Dutra (2014)
O Animal Cordial (2018) Curtas: A Mão que Afaga, Uma Primavera, de Gabriela Amaral Almeida.
ABCs of Death ” J for Jesus” , Ninjas,  Morto Não Fala, Curta: Amor Só de Mãe de Dennison Ramalho.
Macumba Love de Douglas Fowley (1959)
Inferno Carnal de José Mojica Marins (1976)
Curuçu O Terror do Amazonas de Curt Siodmak (1956)
Mar Negro de Rodrigo Aragão (2013)
O Caseiro de Julio Santi (2016)
Alameda da Saudade, 113 de Carlos Ortiz (1950)
Condado Macabro de Marcos DeBrito (2015)
Atração Satânica de Fauzi Mansur (1990)
A Hora do Medo de Francisco Cavalcanti, José Mojica Marins (1986)
Joelma 23º andar de Clery Cunha (1980)
As Fábulas Negras de Rodrigo Aragão, Petter Baiestorf, Joel Caetano (2015)
(Curta) O Membro Decaído de Lucas Sá (2012)
Sinfonia da Necrópole de Juliana Rojas (2014)
Ninfas Diabólicas de John Doo (1978)
A Mulher Que Inventou o Amor  de Jean Garret (1979)
Lilian, a Suja de Antonio Meliande (1981)
Desaparecidos de David Schürmann (2011)
Amuleto de Jeferson De (2014)
Aqui, Tarados de David Cardoso, John Doo (1981)
Trabalhar Cansa de  Marco Dutra, Juliana Rojas (2011)
Zombio 2 e Curtição do Avacalho de Petter Baiestorf (2006)
Os Famosos e os Duendes da Morte de Esmir Filho (2009)
Acesse também
Canibuk de Peter Baiestorf

 

Influenciadores Digitais: Aos que consentem calados

 

Texto de Marcos Noriega.

Não é hora para eufemismos, portanto serei claro e direto. A grande maioria dos influenciadores digitais (Digital Influencers) têm se posicionado contra o candidato do PSL, o motivo é evidente: o instrumento de trabalho dessas pessoas é a liberdade de expressão, de pensamento e de associação dentro dos limites da lei.

Grande parte dos podcasters, youtubers e muitos jornalistas, mesmo alguns antipetistas, já perceberam o real perigo que representaria a eleição de um governante que fala abertamente em desaparecer com minorias, acabar com todas as formas de ativismo e outras insanidades autoritárias que só seriam possíveis através do uso de censura, prisões ilegais, perseguição e intimidação levadas a cabo por aparelhos do estado; o mesmo candidato se mostrou simpático à prática da tortura, da prisão arbitrária, do assassinato, e de justiçamentos cometidos por agentes governamentais e da segurança pública nos anos de chumbo, esses crimes foram agravados pela ocultação sistemática dos corpos, não permitindo às famílias a possibilidade de velar e enterrar seus entes queridos; os agentes de tais atos abjetos são os heróis e símbolos evocados pelo candidato do PSL.

Todos já estão cientes da escandalosa postura misógina, homofóbica, racista e belicista do candidato, todas essas manifestações podem ser enquadradas como discurso de ódio e incitação à desobediência às leis e à constituição, mesmo no campo da retórica elas podem e devem ser enquadradas como ato criminoso, possuem tipificação penal.

Difundir discurso que induz à discriminação devido à cor da pele, à orientação sexual ou à origem étnica e cultural de cidadão brasileiro é ato abominável e não pode jamais ser relativizado sob qualquer aspecto jurídico ou moral.

Quando figuras públicas apoiam e incentivam direta ou indiretamente conduta criminosa e violenta, sua audiência sente-se no direito de replicar e intensificar a agressão contra os indivíduos que fazem parte de grupos humanos ou correntes ideológicas identificados como inimigo ou alvo; não é mais disputa por espaço político é caça e extermínio, isso já começou a acontecer em lugares isolados e vai se alastrar.

A minoria dos influenciadores digitais que apoia o candidato do PSL, sejamos francos, está de olho no LUCRO financeiro e na repercussão que essa posição traz, muitos são extremamente inteligentes, articulados e com uma fala mansa e carinhosa estão tentando convencer você a pôr em risco sua liberdade, sua segurança e talvez até sua vida, pois acreditam que vão ganhar DINHEIRO e POPULARIDADE com a posição que assumiram, alguns dizem cinicamente que se tudo der errado, enquanto você, que tem postura crítica ou é ativista, estiver sendo interrogado em uma sala escura, debaixo de porrada, eles estarão fingindo que nada está acontecendo e vão tomar um chopinho com os amigos. Não dê mais audiência para essas pessoas oportunistas e, principalmente, não lhes dê dinheiro.

Stalin, Hitler, Mao, Franco e outros facínoras do mesmo tipo, independente da cor da bandeira, sempre gostaram de usar os serviços de bons comunicadores e publicitários talentosos; é preciso uma ótima argumentação para convencer alguém a abandonar seu status de cidadão com plenos direitos e, pacificamente, caminhar para o matadouro.

Há também a categoria dos isentos, a qual, na realidade, está também movida pelo medo de perder seguidores e em última análise, perder DINHEIRO, eles têm todo direito de não se posicionar, não é uma postura imoral ou criminosa, mas é covarde, hipócrita e sinal de que só se importam com eles mesmos. Não se omita, diga não de forma eloquente à todas as manifestações de autoritarismo e autocracia, renegue, sempre e a todo custo, atos fascistas no território do seu país, rejeite inequivocamente toda discriminação de minorias e toda tentativa de criminalização de ativismo popular em busca de cidadania e garantia de direitos.

Todos têm obrigação enquanto cidadãos de zelar, em todas as situações e épocas, pela manutenção e ampliação democrática do estado de direito, principalmente os produtores de conteúdo e as celebridades.

Não finja que você não está vendo o aumento exponencial de ataques, não finja que você não está vendo a estratégia baseada no uso em larga escala de difusão de notícias falsas, calúnia, difamação e desumanização de uma parte fragilizada da população do país em que você vive, trabalha, ama e cria seus filhos.

As pessoas estão com medo porque tem gente morrendo de verdade, sendo ferida e ameaçada de verdade agora; imagine em um cenário de proliferação de porte de armas de fogo e livre circulação de fake news diabolizando todos que tem ligação com militância social.

Se você não reclamar, não se posicionar, olhar para o outro lado e, principalmente, aceitar e obedecer a todas as truculências que o candidato do PSL pretende cometer quando estiver apoiado pelo seu voto ou pela sua omissão, você não tem nada a temer, vai poder continuar sua vida tranquilamente, afinal, se alguém for silenciado à força, preso ou coisa pior, você sempre poderá insinuar que ele ou ela devia estar aprontando alguma.

Quem sabe se os tais grupos de extermínio os quais o candidato do PSL admitiu apoiar em alto e bom som, começarem a atuar na calada da noite, você que apoia essa abominação ou está se omitindo, poderá, talvez, dizer: Ah, se eu soubesse teria tomado outra atitude !

Quanto aos argumentos antipetistas, tenho que concordar com muitas das críticas que o partido recebe, a solução para os erros e crimes cometidos por membros do PT e de outros partidos tem nome, chama-se poder judiciário, e já está sendo aplicada; gostaria de saber, no entanto, qual seria a solução para eventuais crimes cometidos por um governo autoritário, antidemocrático, que desdenha da constituição, sanciona tortura e terrorismo de estado e é apoiado por setores reacionários das forças armadas ?

Pensemos um pouco no cenário cultural e educacional de um futuro governo do candidato do PSL. Você que apoia e você que é “isentão”, sabe, ou pode facilmente imaginar, como serão as políticas implementadas nesses setores. Você realmente não se importa ou se preocupa com políticas que aumentem a desigualdade, dificultem o acesso à educação de qualidade?

A implementação do congelamento de investimentos no setor público não preocupa você?

Não tem receio das reformas que uma figura que já se tornou ícone da ignorância e do preconceito pode aplicar nos setores da cultura, educação e pesquisa?

E quanto a possibilidade de adoção de práticas de censura e perseguição de professores?

A limitação da possibilidade de ampla discussão de temas sociais em sala de aula? Banimento sistemático de disciplinas que incentivam o senso crítico e o livre pensar?

Já pensou escolas com disciplina militar sem liberdade de pensamento para a classe média e, para os pobres, EAD feita com mínimo de recursos?

Esse governo teria tudo para se tornar uma dinastia assentada na indigência intelectual, estreiteza de pensamento e na imobilidade social.

É possível falar em meritocracia sem educação pública acessível a todos e com o estatuto da criança e do adolescente rasgado e jogado no lixo como propõe o candidato do PSL?

As crianças mais pobres frequentam a escola também para comer, é verdade, também porque as famílias estão de olho no bolsa família, talvez você não admita que o estado use o seu dinheiro para alimentar os filhos dos outros, para garantir o acesso dos filhos dos outros à universidade e para ajudar os outros a saírem da linha da pobreza. Os governos realmente democráticos, de esquerda, de centro e até de direita fizeram e vão continuar fazendo isso em maior ou menor grau, em termos de promoção do bem estar social não existe outra alternativa, sobretudo em um país com faixas de pobreza extrema como o nosso; se você não concorda, discuta, participe, proponha soluções alternativas. Não apoie a ascensão de práticas autoritárias e autocráticas como forma de moldar pela força das armas e do porrete o Brasil do jeito que você quer. Tenho ouvido bastante a palavra moral, jogada no meio das falas cheias de ódio e revanchismo cegos, a verdadeira moral e o senso de ética social nascem da empatia e só florescem em um rico solo de liberdade democraticamente exercida.

Concluindo, para que não sobrem dúvidas, a vitória do candidato Jair Messias Bolsonaro, do PSL, representaria um caminho político violento, cruel, irresponsável, autoritário, preconceituoso, discriminatório e criminoso; seu legado é um atentado a todos os valores humanos e de justiça social que a jovem democracia brasileira tenta desesperadamente manter vivos.

Não dizer sim é muito pouco, é hora de dizer um sonoro não de mãos dadas e a plenos pulmões.

Viva a democracia brasileira!

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Parágrafo 175: a perseguição aos homossexuais e a visão biológica nazista.

Parágrafo 175: a perseguição aos homossexuais e a visão biológica nazista.
IMDB  Ano 2000 Direção: Rob EpsteinJeffrey Friedman Roteiro: Sharon Wood

O documentário foi feito por Rob Epstein e Jeffrey Friedman (que também assinam o ótimo The Celluloid Closet, o outro lado de Hollywood, de 1995)

Parte de um estudo do historiador Klaus Müller, o filme lança luz sobre um tema pouco explorado: a perseguição nazista aos homossexuais. Os produtores expõem as histórias dos poucos sobreviventes homossexuais da Shoá que aceitaram dar suas declarações.
Por meio da intercalação de depoimentos dos sobreviventes com fatos históricos, mostra-se como eles desenvolveram sua sexualidade e como esta foi vivida durante o período de governo nazista.
Segundo dados oferecidos pelo filme, foram aprisionados cerca de 100 mil homens de famílias cristãs alemãs, além disso, entre dez e quinze mil foram mandados a campos de concentração. No ano 2000, quando o documentário foi feito, apenas dez homens dessa cifra continuavam vivos.
O nome Parágrafo 175 é uma referência a uma lei do Código Penal Alemão, feita em 1871. A descrição da lei, dada no filme, é a seguinte: “Um ato antinatural entre pessoas do sexo masculino, ou por humanos com animais, são puníveis com prisão e a perda dos direitos civis pode lhe ser imposta”, ou seja, a homossexualidade, naquela época, não era bem-vinda na Alemanha e, também, era digna de punição.
A importância do documentário é imensa, pois repara, em certa medida (ainda que não da forma necessária), a história das pessoas que sofreram com a perseguição nazista e ainda sofrem as consequências desse terrível período, dando-lhes o devido reconhecimento como vítimas do nazismo.
Dos sobreviventes, até o ano 2000, deram depoimento: Karl Gorath (ainda que muito pouco, devido a sua dificuldade em falar sobre o assunto), Pierre Seel, Heinz F., Annette Eick, Albrecht Becker, Gad Beck e Heinz Dörmer.
Os relatos começam com a felicidade da descoberta e vivência da sexualidade de forma plena em um momento em que não era necessário se esconder, ainda que a lei anti-homossexuais já estivesse em vigor. Muitos dos depoentes relembram com alegria os momentos de infância e adolescência onde não se preocupavam com a sua segurança.
Parágrafo 175 mostra com clareza esse período de liberdade e como foi a transição para um sistema de opressão. O documentário mostra como, nos anos 20, Berlim transformou-se no paraíso homossexual. Ignorava-se o parágrafo 175. Até mesmo criou-se um movimento para extinguir a lei. Tal movimento era liderado Hirschfeld, cientista pioneiro na investigação sexológica, além de socialista, judeu e homossexual.

Confira completo aqui, na no nosso canal no Youtube:

CineMasmorra repudia toda e qualquer forma de preconceito!

Esse documentário serve para que abramos os olhos e tomemos muito cuidado ao aceitar e difundir falas preconceituosas contra pessoas LGBT+ essas atitudes não podem e não devem ser naturalizadas.
O amor vencerá o ódio.
#LoveIsLove #HomofobiaNão

Este texto excelente é do site “Autorias” de Igor Fernandes. Acesse e prestigie!