Masmorra Cast #74 Halloween Russo, Balalaika e Sangue!


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Angélica HellishMarcos Noriega e Douglas Fricke do Podtrash se juntaram na boate Kossakou para recomendar o que há de mais interessante no horror vindo da Rússia e Leste Europeu!

Fica, que vai ter vodka! Do svidaniya tovarisch!

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Microhabitat (Coreia do Sul, 2017)

Quinzenalmente, estamos aqui no Masmorra Cine, falando de filmes não-estadunidenses de uma forma que cabe no seu tempo e, de quebra, apresentando dicas culturais oriundas dos países das obras destacadas. Venha conosco. Hoje, iremos à Coreia do Sul.

 

Carvalho de Mendonça – Podcast ” O Livro da Minha Vida” – Blog Veia Dramática

 

MICROHABITAT (Coreia do Sul, 2017)

So-gong-nyeo – Drama – 1h46min – Go-Woon Jeon

A obra em 13 segundos

Para manter os únicos prazeres de sua vida, o cigarro e o uísque, uma garota decide economizar, devolvendo o imóvel em que residia ao proprietário e procurando abrigo em casas de amigos do passado. A cada reencontro, um novo drama.

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A obra em 55 segundos

Mi-So (Esom) é uma jovem que trabalha como faxineira e que tem apenas três prazeres na vida: cigarro, uísque e o namorado Han-Sol (Ahn Jae-hong). Com o aumento dos preços do cigarro e do uísque, ela decide devolver o imóvel em que reside ao proprietário e procurar abrigo em casas de amigos do passado. Mi-So faz uma lista com os nomes dos integrantes de sua banda da juventude e vai de porta em porta em busca de um teto. A cada reencontro, um novo drama. Microhabitat é um filme sul-coreano de 2017, com roteiro e direção de Go-Woon Jeon, capaz de tocar corações e gerar reflexões acerca da configuração social e afetiva dos novos tempos. A obra desperta sentimentos ambíguos no espectador: ao mesmo tempo em que o público julga as decisões absurdas da protagonista, é seduzido pela doçura quase inocente da garota. O ambiente frio e melancólico da história é brilhantemente engrandecido pela fotografia de Tae-soo Kim e pela trilha sonora de Kwun Hyun-jeong.

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A obra em 2 minutos e 46 segundos

Mi-so (Esom) mora sozinha em uma pequeno apartamento, quase sem mobília, e faz serviços de faxina para o seu sustento. O dinheiro que ganha, separa em uma caixa com divisórias, que indicam cada montante reservado para seus gastos: aluguel, uísque, cigarro e alimentação. Vivendo sempre no limite financeiro, a jovem controla suas economias em um caderninho. Mi-so namora Han-Sol (Ahn Jae-Hong), um aspirante a cartunista, que não reúne condições de abandonar o quarto coletivo em que mora para viver com a companheira. Os preços do uísque e do cigarro sobem e a trama se inicia.

Microhabitat é um filme sul-coreano de 2017, com roteiro e direção (filme de estreia) de Go-Woon Jeon, capaz de tocar corações e gerar reflexões acerca da configuração social e afetiva dos novos tempos. A história se desenrola naturalmente nos primeiros minutos. Inicialmente, o espectador acredita acompanhar as desventuras de uma personagem com problemas econômicos, como já visto em diversas outras películas e em infinitos casos reais que nos cercam diariamente. Porém, quando a protagonista se vê diante de uma crise, em que ela é obrigada a cortar gastos, o tom da obra muda, e o olhar do público também.

Para manter os únicos prazeres de sua vida, o cigarro e o uísque, Mi-so decide devolver o imóvel em que reside ao proprietário e procurar abrigo em casas de amigos do passado. Ela faz uma lista com os nomes dos integrantes de sua banda da juventude e vai de porta em porta em busca de um teto. A cada reencontro, um novo drama. Com o desenrolar dos acontecimentos, sentimentos ambíguos começam a ser gerados em quem assiste: ao mesmo tempo em que se julga as decisões absurdas da protagonista, se é seduzido pela doçura quase inocente da garota.

Um aspecto negativo que pode ser destacado no filme é o formato “episódico”, contendo cada um dos “capítulos”, inclusive, uma espécie de título. A forma em si não é o problema e, sim, o fato de que tudo se torna um pouco previsível. Apesar de cada visita trazer surpresas, personalidades distintas, tragédias diferentes e ímpares, e todas elas serem bem trabalhadas, na metade do filme já é possível supor o que irá ocorrer – ela vai chegar na casa do amigo, ter um conflito, e passar para a próxima – o que diminui o interesse nos eventos futuros.

Em que pese a ressalva feita no parágrafo anterior, Microhabitat é um drama sutil e poderoso ao mesmo tempo. Escancara a solidão das pessoas da cidade grande, tristezas familiares, problemas sociais agravados (e até criados) pela modernidade, além de apresentar complexas figuras, que demonstram a democracia da dor, que habita os lares (e as ruas) sem sopesar requisitos. O ambiente frio e melancólico da história é brilhantemente engrandecido pela fotografia de Tae-soo Kim e pela trilha sonora de Kwun Hyun-jeong. Inegável, também, que a cineasta Go-Woon Jeon estreou magistralmente como diretora, trazendo tons de ironia e absurdo a belas paisagens urbanas, em câmera fixa, que lembra, em alguns momentos, trabalhos de Woody Allen. Microhabitat é mais uma saborosa surpresa dramática vinda do Oriente.

Ponto forte: A direção de fotografia de Tae-soo Kim e a trilha sonora de Kwun Hyun-jeong são peças fundamentais para a construção do ambiente frio, solitário e melancólico em que a protagonista está inserida.

Ponto fraco: O formato “episódico” torna o desenrolar da trama um pouco previsível.

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Ficha Técnica

Direção de Go-Woon Jeon

Roteiro de Go-Woon Jeon

Elenco principal com Esom, Ahn Jae-hong, Choi Duk Moon, Jae-hwa Kim, Kang Jin-A, Kim Hee Won e Soo-hyang Cho

Fotografia de Tae-soo Kim

Edição de Go Bong-gon

Design de produção de Nam-sook Kim

Figurino de Ji Ji-yeon

Trilha Sonora de Kwun Hyun-jeong

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Dica cultural, diretamente da Coréia do Sul

Confesso não ser o maior admirador de histórias de zumbi, mas a dica cultural de hoje é uma das melhores coisas que já encontrei na Netflix: Kingdom, série sul-coreana de apenas seis episódios na primeira temporada, escrita por Kim Eun-hee e dirigida por Kim Seong-hun. Ambientada magistralmente na época da Dinastia Joseon, a fotografia e os detalhes cenográficos da Coreia medieval são fascinantes, e fazem com que o trabalho tenha um valor artístico enorme, além da dose de entretenimento. Quando o rei se torna recluso misteriosamente, o príncipe Lee Chang (Ju Ji-Hoon) tenta visitá-lo, mas é impedido pela jovem esposa do pai, que, grávida, coloca todo o reino contra o herdeiro. Ao tentar descobrir a verdade sobre a enfermidade do rei, ele se depara com uma brutal epidemia zumbi, dando início a uma caçada frenética, que mistura espadas samurai e mortos-vivos. No elenco, além da ótima performance do protagonista, destaca-se as excelentes atuações de Be Doona e de Kim Sang-ho, que dá vida ao fiel escudeiro do príncipe, um personagem de carisma inigualável. Kingdom é uma série deliciosa, que já teve a renovação para a próxima temporada anunciada. Aguardemos ansiosos.

Por hoje, é isso, companheiras e companheiros.

Até mais.

Carvalho de Mendonça

Masmorra Cast #73 Teatro dos Contos de Fada


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Hoje celebramos a criança que existe dentro de nós recordando a querida e saudosa antologia Teatro dos Contos de Fada (Faerie Tale Theatre, 1982-1987) produzida pela atriz norte-americana Shelley Duvall.

Apresentação: Angélica Hellish e Marcos Noriega.

Assista todos os episódios dublados no Youtube acessando esse link aqui.

Episódio Grimm Party (completo, em inglês sem legendas)

Recomendados: Filme: The Fall (2015) e Jovem Andersen (2005)

Segredos e Mentiras (Inglaterra, 1996)

Quinzenalmente, estamos aqui no Masmorra Cine, falando de filmes não-estadunidenses de uma forma que cabe no seu tempo e, de quebra, apresentando dicas culturais oriundas dos países das obras destacadas. Venha conosco. Hoje, iremos à Inglaterra.

 

Carvalho de Mendonça – Podcast ” O Livro da Minha Vida” – Blog Veia Dramática

 

SEGREDOS E MENTIRAS (Inglaterra, 1996)

Secrets & Lies – Drama – 2h22min – Mike Leigh

A obra em 12 segundos

Drama familiar britânico, sobre uma mulher negra que conhece sua família biológica branca, formada por pessoas tristes e amargas, que escondem dolorosos segredos. A obra conta com um trabalho de atuação magnífico das protagonistas.

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A obra em 46 segundos

Segredos e Mentiras é um drama britânico que narra a história de Hortense Cumberbatch (Marianne Jean-Baptiste), uma mulher negra, que decide procurar sua família biológica após o falecimento de sua mãe adotiva, e descobre ser filha de Cynthia Purley (Brenda Blethyn), uma mulher branca. Bem sucedida em sua vida profissional e satisfeita com a criação que lhe foi concedida, Hortense se vê envolvida pelos laços de uma nova família, completamente disfuncional, que esconde segredos dolorosos. Dirigido pelo lendário cineasta Mike Leigh, o filme foi vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 1996 e indicado a cinco categorias do Oscar 97. Leigh é sabidamente um grande diretor de atores e, em Segredos e Mentiras, este talento alcança o seu apogeu com as interpretações marcantes de Brenda Blethyn (um espetáculo) e Marianne Jean-Baptiste, bem como com o total entrosamento do elenco. Uma obra que, apesar do enorme reconhecimento da crítica e dos festivais, merecia ser mais considerada pelo público.

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A obra em 2 minutos e 53 segundos

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 1996, do Prêmio Goya de Melhor Filme Europeu do ano, eleito o Melhor Filme Britânico e o Melhor Roteiro Original na 50ª edição do British Academy Film Awards, indicado a cinco categorias do Oscar 97, além de ganhador de inúmeros outros prêmios referentes a atuações, com destaque ao Globo de Ouro de Melhor Atriz. Este é o currículo de Segredos e Mentiras, drama familiar inglês, dirigido pelo lendário cineasta Mike Leigh, que, apesar do enorme reconhecimento dos festivais, merecia ser mais considerado pelo público.

O filme narra a história de Hortense Cumberbatch (Marianne Jean-Baptiste), uma mulher negra, que decide procurar sua família biológica após o falecimento de sua mãe adotiva, e descobre ser filha de Cynthia Purley (Brenda Blethyn), uma mulher branca. Bem sucedida em sua vida profissional e satisfeita com a criação que lhe foi concedida, Hortense se vê envolvida pelos laços de uma nova família, completamente disfuncional, que esconde segredos dolorosos. Segredos que os impedem de gozar o prazer do afeto e, consequentemente, o prazer da felicidade.

Confesso ter uma predisposição para gostar de dramas familiares. Aliás, arrisco-me a dizer que esta é a minha subcategoria favorita dentre os produtos culturais que consumo, literatura, cinema, teatro, quadrinhos e tudo mais. Porém, é importante que se diga que existe uma linha tênue que separa a tragédia familiar do melodrama barato e, na grande maioria das vezes, os criadores não são capazes de manter essa linha intacta. Trabalhar o sofrimento real e rotineiro na ficção, mantendo o equilíbrio da obra, é uma arte, que, em Segredos e Mentiras, Mike Leigh demonstra dominar por completo.

No tocante ao ponto de partida da trama, é acertadíssima a opção do diretor por fugir dos clichês da “garota adotada sofredora, com crise existencial, por ter sido abandonada pela mãe biológica” e da “família branca rica que acolheu a menina negra abandonada”. Aqui, a garota negra foi abandonada por uma mãe branca, adotada por uma família negra, que a encheu de amor e a deu condições para que se tornasse uma mulher forte e de sucesso. Aqui, a tensão está justamente no seio da família que a abandonou e não sabe lidar com o seu reaparecimento, que acaba escancarando a fragilidade e a hipocrisia escondidas sob as máscaras de todos, por décadas.

Leigh é sabidamente um grande diretor de atores e, em Segredos e Mentiras, este talento alcança o seu apogeu com as interpretações marcantes de Brenda Blethyn (um espetáculo) e Marianne Jean-Baptiste, bem como com o total entrosamento do elenco. Pelo menos duas cenas do filme (a da lanchonete [numa única e longa tomada] e a do aniversário) são memoráveis. Sensíveis e brutais. Que sangram e encantam na medida certa. Segredos e Mentiras é um filme para ser revisto em diversas fases da vida, com o intuito de se explorar seus sentimentos em diversas nuances, num compartilhamento de dor, que torna a convivência muito mais simples e verdadeira.

Ponto forte: Atuação esplendorosa de todo o elenco, com destaque ao trabalho marcante de Brenda Blethyn.

Ponto fraco: Poderia ser um pouco menor.

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Ficha Técnica

Direção de Mike Leigh

Roteiro de Mike Leigh

Elenco principal com Brenda Blethyn, Marianne Jean-Baptiste, Timothy Spall, Phyllis Logan, Claire Rushbrook, Elizabeth Berrington, Lee Ross e Ron Cook

Produção de Simon Channing Williams

Fotografia de Dick Pope

Edição de Jon Gregory

Design de produção de Alison Chitty

Figurino de Maria Price

Trilha Sonora de Andrew Dickson

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Dica cultural, diretamente da Inglaterra

A dica cultural de hoje é a série britânica Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas, criada por Steven Knight, exibida originalmente pela BBC, e disponível na Netflix. Inspirada por eventos reais ocorridos na Birmingham pós-Primeira Guerra, a obra narra a história de uma família de criminosos, liderada por Thomas Shelby (Cillian Murphy), e seus negócios escusos. Explorando uma direção de fotografia impecável e uma trilha sonora poderosíssima, Peaky Blinders já possui 5 temporadas, sem perder o fôlego. No elenco, a série conta com nomes de respeito, como Helen McCrory, Sam Neill, Tom Hardy e Adrien Brody. O roteiro, também a cargo de Steven Knight, é um show à parte, extremamente competente ao criar personagens complexos, tramas consistentes e diálogos valiosos (imprescindíveis na construção das personalidades). Dona de uma qualidade cinematográfica imensa, a série é viciante, difícil de deixar para lá. Um prato cheio para os amantes de histórias de máfia, de faroestes e de ficções históricas.

Por hoje, é isso, companheiras e companheiros.

Até mais.

Carvalho de Mendonça