Lobo Solitário e filhote: Os filmes estrelando Tomisaburô Wakayama.

 

 

Lobo Solitário e Filhote (em japonês – Kozure Okami) “Lone Wolf & Cub” em inglês, é um mangá que começou a ser publicado no ano de 1970 no Japão, com criação e roteiro de Kazuo Koike (nascido em 1936), também criador de Crying Freeman/Kuraingu Furiiman), e arte de Goseki Kojima (1928-2000).
Ainda hoje é considerado uma das obras primas do mangá, pelo excelente argumento e os belíssimos desenhos de Goseki Kojima, e inspirou várias adaptações para cinema nos anos 1980. (Os filmes baseados em Lobo Solitário e Filhote são conhecidos por sua fidelidade à história do mangá).

Além do Lobo Solitário, Kazuo Koike e Goseki Kojima criaram os mangás Kubikiri Asa (Samurai Executor), em 10 Volumes (1972-1976), e Hanzo no Mon (O Caminho do Assassino), em 15 Volumes (1978-1984), sendo que o primeiro foi publicado no Brasil pela Panini, e o segundo ainda é inédito no Brasil. Ambos são igualmente inspirados nos samurais do Período Edo.
Lady Snowblood (Yuki), escrito por Kazuo Koike, foi publicado no Brasil pela Conrad Editora.

Os Filmes:

Ogami Itto é interpretado pelo imensamente prolífico Tomisaburô Wakayama, uma estrela de artes marciais já estabelecida que – apesar de sua idade e peso – é um espadachim impressionante. Embora o desempenho de Wakayama seja a própria definição de estoico, ele realmente ganha vida quando sua espada é desembainhada. Akihiro Tomikawa, que não apareceria em nenhum outro filme fora desta série, interpreta o filho de Ogami, Daigoro, de três anos. Sua performance em cada capítulo de Lobo Solitário é impecável. Daigoro é tão comedido quanto o seu pai, com uma severidade centrada para além da sua idade, mas fica difícil evitar o fato de que ele também é dolorosamente adorável. Ogami é quase indestrutível, invencível – mas Daigoro fornece o tão necessário perigo e vulnerabilidade.

As histórias de Lobo Solitário e Filhote se passam no Período Edo da história do Japão. Os membros do clã Ogami eram destinados a se tornar os executores (kaishakunin), a única autoridade com permissão para matar um daimyo (senhor Feudal).
Mas a família Yagyu arquitetou um plano para que Itto fosse acusado de traição e condenado ao seppuku: executou todo o clã Ogami, exceto Itto e seu filho Daigoro, então recém-nascido; escondeu em seu templo pessoal uma tábua funerária com o símbolo do shogunato; e preparou uma falsa confissão zankanjo dizendo onde o objeto estaria escondido.
Uma confissão zankanjo era uma declaração de culpa assinada com o sangue de um samurai que se matava em seguida. Se o plano tivesse funcionado, o executor seria condenado, cometeria suicídio e deixaria seu posto vago. O clã Yagyu—que já tinha a função de assassinos secretos do shogun—passariam a ser também os kaishakunin. Eles já controlavam os shinobi Kurokuwa, a  polícia  do shogun.

Itto não se matou e escolheu trilhar a estrada do assassino (Meifumado). Na tentativa de impedir que Itto escapasse à sentença, o líder dos Yagyu lhe propõe um duelo. (pois o simples assassinato de Ogami consistiria num crime, porque ele ainda carregava a Rosa-Malva, um emblema oficial do shogunato). Num duelo de apenas um golpe, Itto mata seu oponente, demonstrando sua excepcional habilidade, mesmo em situação desvantajosa: Itto lutou carregando o filho nas costas e a luz do sol incidia em sua face. Esta frase de um dos Yagyu descreve bem a dificuldade que Itto enfrentou no duelo:

“Kurato luta com o sol poente nas costas… e Ogami está com o filho nas dele[…]Nenhum dos dois luta sozinho, mas o desfecho está claro!”

Após a recusa ao suicídio, Ogami Itto passa a andar pelo Japão como um assassino de aluguel, sendo contratado geralmente para matar alvos difíceis e pessoas influentes para concretizar a sua vingança.

Aqui no site nós produzimos alguns programas sobre os live actions de obras do Kazuo Koike! Não deixe de conferir!

MasmorraCast # 22 – Lobo Solitário e seu filhote, mangá e adaptações cinematográficas

Masmorra Cast #31 – Lady Snowblood, a Branca de Neve sangrenta!

Masmorra Cast #38 Crying Freeman – O mangá, os ovas e o filme!

 

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LOBO SÓBIO E ESPADA DO VAGÃO DA VINGANÇA Pôster

1 – Lobo Solitário e Filhote – A Espada da Vingança

(Kozure ôkami: Ko wo kashi ude kashi tsukamatsuru)

Este primeiro filme da série Lobo Solitário, adaptado do mangá de Kazuo Koike, conta o início da história do samurai Ogami Itto e seu filho Daigoro. Vítima de uma conspiração do clã Yagyu, o samurai, executor oficial do Xogum, tem a esposa assassinada e cai em desgraça, acusado de traição. Ao lado do filho, ele sai em busca de vingança, tornando-se o mercenário Lobo Solitário.

Lone Wolf and Cub: Sword of Vengeance
Diretor: Kenji Misumi
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), Tokio Oki (Retsudo Yagyü)
Duração: 83 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1972

 

solitário-lobo-e-filhote-de-carrinho-de-bebê-no-rio-styx

2 – Lobo Solitário – O Andarilho do Rio Sanzu

(Kozure Ôkami: Sanzu no kawa no ubaguruma )

No segundo filme da série, Ogami Itto luta contra um grupo de mulheres ninjas do Clã Yagyu e deve assassinar o traidor que planeja vender os segredos do clã para o Xogum, que é protegido pelos três “Deuses da Morte”

Lone Wolf and Cub: Baby Cart at the River Styx
Diretor: Kenji Misumi
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), Kayo Matsuo (Sayaka Yagyü)
Duração: 81 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1972

 

carrinho de bebê para hades

3 – Lobo Solitário – Contra os Ventos da Morte

(Kozure Ôkami: Shinikazeni mukau ubaguruma)

No terceiro filme da série, Ogami Itto, ao perambular pelo interior, topa com três mercenários acompanhados pelo ronin Kanbei, que cometeram um crime brutal. Após matar os mercenários, Ogami recusa-se a combater o ronin e vai se refugiar numa cidade vizinha, onde encontra Toizo, uma yakuza, e é contratado para assassinar Gamba, um governador corrupto

Lone Wolf and Cub: Baby Cart to Hades
Diretor: Kenji Misumi
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), Go Kato (Kanbei)
Duração: 89 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1972

 

CARRO DO BEBÊ NO PERIL

4 – O Lobo Solitário – O Samurai Assassino

(Kozure Ôkami: Oya no kokoro ko no kokoro)

Itto Ogami, o Lobo Solitário, é contratado para eliminar uma assassina tatuada, mas o trabalho não é tão fácil quanto parece. Enquanto isso, Gunbei Yagyu, que fora humilhado por Itto Ogami em um duelo perante o xogum, vê em Daigoro a sua chance de vingança. No final, Ogami terá de enfrentar um exército de samurais da família Yagyu, antes de enfrentar Retsudo Yagyu. Quarto filme da série.

Lone Wolf and Cub: Baby Cart in Peril
Diretor: Buichi Saito
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), Tatsuo Endo (Retsudo Yagyü)
Duração: 81 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1972

 

Lobo-lobo-e-filhote-de-bebê-carrinho-na-terra-de-demônios

5 – Lobo Solitário – Na Terra dos Demônios

(Kozure Ôkami: Meifumadô)

No quinto filme da série, cinco guerreiros desafiam Ogami para duelos. Cada um tem uma quinta parte da informação necessária para Ogami completar sua missão. Sua missão é assassinar um Daimyo do mal antes que ele destrua seu clã.

Lone Wolf and Cub: Baby Cart in the Land of Demons
Diretor: Kenji Misumi
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), Minoru Ohki (Retsudo Yagyü)
Duração: 89 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1973

 

solitário-lobo-e-filhote-branco-céu-no-inferno

6 – Lobo Solitário – Paraíso Branco no Inferno

(Kozure Ôkami: Jigoku e ikuzo! Daigorô)

No último filme da série acontece o confronto final entre Ogami e Retsudo. Com a maior parte de sua família morta pelas mãos de Ogami, Retsudo desenvolve um último plano para matá-lo, e quando este plano falha, desencadeia a fúria de todos os membros remanescentes do clã Yagyu.

Lone Wolf and Cub: White Heaven in Hell
Diretor: Yoshiyuki Kuroda
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), TMinoru Ohki (Retsudo Yagyü)
Duração: 83 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1974

Além da Imaginação Podcast: Top 10 episódios da segunda temporada.


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Segunda temporada finalizada, hora de Angélica e Marcos escolherem os seus 10 episódios favoritos! Confira e comente também quais são os seus.

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Errata: The Time Elementh ( O Elemento do Tempo / Completo legendado no Ok.Ru ) é de 1958, portanto é anterior ao início da série clássica.

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Além da Imaginação Podcast S02E65 (Finale) The Obsolete Man


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Angélica e Marcos comentam o último episódio da segunda temporada de Além da Imaginação “The Obsolete Man” ( O Homem Obsoleto) episódio com roteiro de Rod Serling, direção de Elliot Silverstein e as magníficas participações de Burgess Meredith e Fritz Weaner. No próximo podcast iremos falar sobre os nossos 10 episódios favoritos desta temporada.

Mencionados: 1984: O Futuro do Mundo (1956) / Farenheit 451 (1966/Trailer) / Equilibrium ( 2002/ Completo no Ok. Ru)

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Além da Imaginação Podcast: S02E64 Will the Real Martian Please Stand Up?


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Angélica e Marcos comentam o penúltimo episódio da segunda temporada, o nª 64  chamado “Will the Real Martian Please Stand Up?” ( O Marciano Rea. Episódio, Por Favor, Levante-se?” Episódio onde vemos a influência da obra de Agatha Christie e Ray Bradbury e nos remete a criatura alienígena de “O Eningma  de Outro Mundo”.  Episódio com roteiro de Rod Serling e, entre outras, a participação maravilhosa de John Hoyt (The Lateness of The Hour) e Barney Phillips (A Thing About Machines)

Mencionados: Série “A Quinta Dimensão” (Completa no Ok.Ru) / Filme “Identidade” (2003/ completo no Ok.Ru)

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Além da Imaginação Podcast: S02E63 The Mind And The Matter


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Angélica e Marcos comentam o episódio número 63 da série clássica Além da Imaginação “The Mind and The Matter” ( A Mente e a Matéria) episódio dirigido por Buzz Kullik, com roteiro de Rod Serling. O episódio usa o humor e o absurdo para discutir a misantropia e o desejo de solidão em meio ao caos da vida urbana.

Mencionados:  Filme: São Bernardo ( 1975) / A Última Esperança da Terra (1971) 

Podcast sobre o filme: Johnny Vai a Guerra

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A Separação (Irã, 2011)

Mensalmente, estamos aqui no Masmorra Cine, falando de filmes não-estadunidenses de uma forma que cabe no seu tempo e, de quebra, apresentando dicas culturais oriundas dos países das obras destacadas. Venha conosco. Hoje, iremos ao Irã.

Carvalho de Mendonça – Podcast ” O Livro da Minha Vida” – Blog Veia Dramática

 

A SEPARAÇÃO (Irã, 2011)

Jodaeiye Nader az Simin – Drama – 2h03min – Asghar Farhadi

A obra em 9 segundos

Passando por um doloroso processo de divórcio, um homem é acusado de ter causado um aborto na cuidadora de seu pai, fato que desencadeia uma série de consequências para todos perante o cruel sistema judiciário iraniano.

***

A obra em 54 segundos

Vencedor do Oscar, do Globo de Ouro, do César e do Urso de Ouro no Festival de Berlim, A Separação é o filme mais conceituado do diretor iraniano Asghar Farhadi, cineasta que vem marcando o seu nome na história, com um estilo muito próprio de ambientar dramas familiares no seio dos costumes do Islamismo. Simin (Leila Hatami) é casada com Nader (Payman Maadi) e leva uma vida de classe média no Irã. Em que pese pertencer a uma posição social superior à de grande parte da população, ela não se sente feliz com as limitações impostas às mulheres no país, e pretende se mudar para o exterior com a filha, para que esta tenha um futuro melhor. Quando ela sai de casa, Nader contrata Razieh (Sareh Bayat) para cuidar de seu pai. Após uma discussão acalorada, a cuidadora o acusa de ter lhe causado um aborto e o caso vai para o tribunal. As mentiras contadas e as decisões erradas tomadas por todos geram cruéis consequências para eles perante a justiça iraniana.

*** 

A obra em 2 minutos e 45 segundos

O cineasta iraniano Asghar Farhadi vem marcando o seu nome na história, com um estilo muito próprio de ambientar dramas familiares no seio dos costumes do Islamismo. Vencedor de duas estatuetas do Oscar, o diretor já emplacou sucessos como Procurando Elly, O Passado, O Apartamento, Todos Já Sabem e, principalmente, o seu trabalho mais conceituado A Separação, lançado em 2011, e estrelado por Peyman Moaadi, Leila Hatami, Shahab Hosseini, Sareh Bayat, Sarina Farhadi e Ali-Asghar Shahbazi.

Contemplado no Oscar, no Globo de Ouro, no César e no Urso de Ouro do Festival de Berlim, A Separação conta a história de Nader (Maadi), homem que, passando por um doloroso processo de divórcio, é acusado de ter causado um aborto na cuidadora de seu pai. As mentiras contadas e as decisões erradas tomadas por todos geram cruéis consequências para eles perante a justiça iraniana.

A trama se inicia quando Simin (Hatami), esposa de Nader, decide pedir o divórcio. Ela leva uma vida de classe média no Irã e, em que pese pertencer a uma posição social superior à de grande parte da população, não se sente feliz com as limitações impostas às mulheres no país, e pretende se mudar com a filha, para que esta tenha um futuro melhor no exterior. Nader não aceita acompanhar Simin no seu sonho e, diante do juiz, não autoriza que ela leve a filha Termeh (Samira Farhadi) junto na viagem.

Quando sai de casa, Simin contrata Razieh (Bayat) para cuidar de seu sogro, que sofre de Alzheimer. Logo de cara, Nader percebe a dificuldade de conciliar os cuidados com o pai, os cuidados com a filha e a sua profissão, que o tira de casa pela maior parte do tempo. A escolha de Razieh para a função de cuidadora é a primeira decisão equivocada, pois, de família religiosa e praticante do Islamismo, ela esconde do marido Hojjat (Hosseini) que está trabalhando para um homem divorciado. Além disso, com receio de perder o emprego, ela não conta ao chefe que está grávida. Precisando ir ao médico, ela amarra o paciente à cama e sai. Nader encontra o pai quase morto e fica possesso. Numa discussão acalorada, ele empurra Razieh, que o culpa por ter perdido o filho.

Asghar Farhadi trabalha com exímia competência a exposição dos personagens à brutal repressão e ao sufocamento provocados pelo moralismo e pelos costumes. Em A Separação, o cineasta se utiliza das questões de tribunal, para mostrar ao mundo o machismo, o sexismo e o preconceito de classes muito presentes na sociedade iraniana, e institucionalizados em todas as suas bases, inclusive no poder judiciário. A Separação é um drama poderoso, com uma direção talentosa e atuação magnífica dos protagonistas.

Ponto forte: O cineasta é um especialista em misturar dramas familiares com os costumes do Islamismo no Irã e faz isso mais uma vez com maestria.

Ponto fraco: Não chega a ser um ponto fraco, mas o comportamento e as decisões questionáveis de todos os personagens, faz com que o público tenha dificuldade em ter empatia por algum deles.

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Ficha Técnica

Direção de Asghar Farhadi

Roteiro de Asghar Farhadi

Produção de Asghar Farhadi e Negar Eskandarfar

Elenco principal com Peyman Moaadi, Leila Hatami, Shahab Hosseini, Sareh Bayat, Sarina Farhadi, Ali-Asghar Shahbazi, Shirin Yazdanbakhsh, Kimia Hosseini e Merila Zarei

Fotografia de Mahmoud Kalari

Edição de Hayedeh Safiyari

Design de produção de Keyvan Moghaddam

Figurino de Keyvan Moghaddam

Trilha Sonora de Sattar Oraki

***  

Dica cultural, diretamente do Irã

Asghar Farhadi é um dos principais nomes do cinema mundial, atualmente. Suas obras, A Separação, O Passado, Todos Já Sabem e O Apartamento são sucessos de crítica e público, e os últimos três têm gabarito para ser a dica cultural de hoje, que acompanha a análise do primeiro. Porém, como estamos falando de Irã, a obra exposta desta vez será O Apartamento, filme lançado por Farhadi em 2016, também todo ambientado no país, protagonizado por Shahab Hosseini e vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Um casal de atores é obrigado a se mudar para um apartamento emprestado, já que o seu antigo prédio corre sério risco de desabamento. Na nova morada, a esposa, Rana (Taraneh Alidoosti), é atacada dentro do banheiro, por um desconhecido. Mais preocupado com a sua própria honra, do que com os traumas da mulher, Emad (Hosseini) quer vingança. Mais uma vez, Farhadi escancara os conflitos morais de uma sociedade extremamente machista, regida por dogmas religiosos, que é totalmente alheia aos sentimentos femininos e aos direitos da mulher.

Por hoje, é isso, companheiras e companheiros.

Até mais.

Carvalho de Mendonça